Uma
delas é a que mede a produtividade da indústria. Em geral, esse indicador é
associado à melhoria do processo produtivo, à modernização tecnológica ou à
aquisição de novos equipamentos. Mas, muitas vezes, pode espelhar apenas o
aumento da produção.
Suponha
uma empresa que fabrique mil produtos mensais e que tenha 50 funcionários. A
produtividade será de 20 produtos por funcionário.
Aí
as vendas caem para, digamos, 900. Mantendo os mesmos 50 funcionários, a
produtividade cairá para 18 produtos por funcionário.
Aumentando
para 1.100 produtos, os funcionários serão os mesmos, o maquinário idêntico, os
processos permanecerão iguais. Mas a produtividade aumentará para 22 produtos
por funcionário.
Por
esta lógica, nos últimos meses houve uma melhoria da produtividade da
indústria, embora nada tenha mudado da porteira para dentro.
No
primeiro semestre de 2013, por exemplo, houve aumento de 1,9% da produção
industrial. Com isso, a produtividade cresceu 2,8%, contra queda de 0,7% do ano
passado.
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Do
mesmo modo, a desvalorização do real melhorará a produtividade, na medida em
que tornará a produção interna mais competitiva, seja para exportar mas,
principalmente, para disputar o mercado interno com os importados.
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Em
junho, as vendas no varejo cresceram 0,5% e a receita nominal
0,9%. O emprego industrial ficou estável. No acumulado de 12 meses,
o volume de vendas aumentou 5,5% e a receita nominal 11,9%. Em relação a junho
do ano passado, cinco das oito atividades registraram crescimento.
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Essa
soma de pequenas notícias positivas ajudou a inverter parte do pessimismo
empresarial. Em julho, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI),
da CNI (Confederação Nacional da Indústria) havia caído para o nível mais baixo
desde abril de 2009. Em agosto, ganhou 2,6 pontos percentuais, atingindo os
52,5 pontos, ainda baixo, mas indicando uma retomada da confiança.
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A
pesquisa é interessante para demonstrar o efeito do noticiário pesadamente
pessimista sobre as expectativas empresariais.
Melhoraram
as expectativas para os próximos seis meses: 56,9 pontos em agosto, 2,5 pontos
a mais do que em julho. Mas se tem o paradoxo de um grau de confiança de apenas
49,7 pontos em relação às perspectivas da economia, e de 60,5 em relação às
perspectivas da própria empresa.
A
desvalorização cambial trará alguma pressão adicional sobre a inflação. Por
outro lado, será um desafogo para a indústria e melhorará as expectativas em
relação às contas externas brasileiras.
Mas
ainda haverá bastante volatilidade até que o FED (o Banco Central
norte-americano) defina o fim do período de frouxidão monetária. De certo modo,
as oscilações do dólar refletem essa expectativa dos agentes, que seguirá o
roteiro conhecido.
Em
um primeiro momento, a decisão do FED deflagrará uma corrida contra o dólar,
provocando mais desvalorização do real.
Passado
o burburinho inicial, as cotações se acomodarão novamente. Sabe-se que em um
patamar acima de R$ 2,30. Mais que isso, ninguém poderá adiantar.
Fonte: Carta Capital
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