Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio
Exterior (Mdic), o volume total de comércio entre Brasil e China em 2011
foi de US$ 77,1 bilhões, contra US$ 56,3 bilhões em 2010. Nesse mesmo
período, o nosso superávit comercial com os chineses mais que dobrou,
saltando de cerca de US$ 5 bilhões para aproximadamente US$ 11 bilhões.
Enviamos para aquele país anualmente mais de US$ 40 bilhões,
principalmente em minério de ferro, petróleo e soja.
Esses números dão bem a dimensão do que representam para o Brasil os
negócios com a China, que, de resto, com seu crescimento na casa dos 10%
registrado nas últimas três décadas, tem sido um sustentáculo para a
economia global. Uma análise da Revista Exame, ainda em 2011, mostrou
que, considerando os últimos dez anos, sem o "efeito China" no preço das
commodities, o Brasil teria um déficit de US$ 25 bilhões no saldo de
sua balança comercial.
As exportações de commodities foram as grandes responsáveis pelo
desenvolvimento econômico do Brasil nas últimas décadas, isso é um fato.
Esse papel de relevo deve continuar, mesmo com a diminuição do ritmo
chinês de crescimento previsto para este ano. Não há nada errado em
exportar commodities, principalmente enquanto o mercado continuar
aquecido e for vantajoso para o Brasil. Por outro lado, parte do
empresariado tem reclamado de uma desaceleração da indústria e de um
aumento do consumo interno de produtos importados.
Diante desse cenário, e de um avanço do PIB de 2,17% (em contraste
com o de 7,5% em 2010), abriu-se o sinal verde para que as indústrias,
algumas das quais operando no negativo, começassem a pedir por medidas
de salvaguarda e apontassem os produtos importados como os grandes
responsáveis.
No entanto, é consenso entre os especialistas em comércio
internacional que a perda da competitividade na indústria se deve
principalmente ao chamado "Custo Brasil", representado pela elevada
carga tributária. Somem-se a isso os custos da energia, da logística,
dos encargos trabalhistas, do investimento, do real supervalorizado e os
gargalos da infraestrutura e tem-se o quadro completo do verdadeiro
"vilão" a ser combatido.
Assim, se por um lado, o governo brasileiro age corretamente ao
buscar um fortalecimento da indústria e um mercado competitivo, vem
lançando mão de uma série de medidas protecionistas que, ao tentarem
criar uma espécie de reserva de mercado para os produtores nacionais,
não atacam o cerne do problema. Podem, inclusive, criar mais
dificuldades do que soluções, ao diminuírem ainda mais a concorrência e,
portanto, a competitividade do setor industrial no futuro.
Em 2010 a China se tornou o maior investidor estrangeiro direto do
Brasil. Em 2011 o país ocupou o 4º lugar mundial em investimento
produtivo. O governo precisa saber responder de modo mais maduro à
complexidade do comércio e tirar melhor proveito dessa parceria
estratégica, estabelecendo políticas para canalizar esses aportes em
áreas como produção de manufaturas e setor de infraestrutura, entre
outros. Ao mesmo tempo, é preciso oferecer um ambiente que incentive a
produtividade e a inovação para as empresas instaladas aqui. E não será
protegendo o mercado que irá conseguir isso.
Geraldo Ferreira – é diretor geral da Cathay, subsidiária da Asia Pulp and Paper (APP) no Brasil.
Fonte: site Administradores
Temos como intuito postar notícias relevantes que foram divulgadas pela mídia e são de interesse do curso abordado neste blog. E por isso esta matéria foi retirada na íntegra da fonte acima citada, portanto, pertencem a ela todos os créditos autorais.
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